A rua ensurdecedora ao redor de mim agoniza. Longa, delgada, em grande luto, dor majestosa, Uma mulher passa, de uma mão faustosa, Soerguendo-se, balançando o festão e a bainha; Ágil e nobre, com sua perna de estátua. Eu, embevecido, inquieto como um extravagante, Em seus olhos, o céu lívido onde se oculta o furacão, A doçura que fascina e o prazer que destrói. Um clarão... depois a noite! - Beleza fugidia Cujo olhar me faz subitamente renascer, Não te verei senão na eternidade? Alhures; bem longe daqui! Muito tarde! Jamais talvez! Pois ignoro onde tu foste, tu não sabes onde vou, Ah se eu a amasse, ah se eu a conhecesse! | |
Tradução de Marco Antonio Frangiotti (in Baudelaire: Oeuvres Complètes, Paris: Ed. Robert Laffont, S.A. 1980, pgs. 68-69). |
terça-feira, 14 de abril de 2009
A Uma passante
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Poxa esse poema é demais como foi vivido intesamente essa paixão do pela mulher que vinha passando.Ver-se assim que o importante é viver o momento mesmo que seja em fração de segundos.
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